Em uma deterioração poucas vezes vista na Bovespa, a Oi Telecomunicações perdeu metade do valor do mercado num intervalo de apenas 4 pregões. Ontem, as ações ordinárias da Oi registraram uma desvalorização de 27%, cotado no final do dia em R$ 0,73, cada ação. Com a forte queda das ações de hoje, a Oi acumula uma perda de R$ 4,2 bilhões na bolsa desde a quarta feira da semana passada e passa a ter o valor do mercado em apenas R$ 4,4 bilhões.
Com a desvalorização significa dizer que, para quem esteja disposto a desembolsar R$ 4,4 bilhões, leva o "mico" da companhia de telecomunicações, com atuação em nível nacional, com a compra a Oi Telecomunicações, única operadora com capital nacional, que iniciou a sua atividade com outorga e concessões da telefonia, no governo FHC, na ocasião da privatização da telefonia no Brasil. Cabe lembrar que a Oi Telecomunicações, com sede na cidade de Rio de Janeiro, está em processo de recuperação judicial, desde junho de 2016.
Não tem muita coisa a fazer pela Oi, cuja propriedade, "na prática", após a implementação do "Plano de Recuperação Judicial", está nas mãos dos "fundos abutres", cujo principal representante e detentora do controle acionário é a gestora Golden Tree, com 14,57% de participação. Com mais de 37,5 milhões de clientes no País, a Oi vem apresentando sucessivos prejuízos, apesar do processo de Recuperação Judicial, aprovado na assembléia de credores, em dezembro de 2017. A própria Oi anunciou em comunicado que tem caixa para sobreviver até fevereiro do próximo ano.
O sinal de alerta, veio do salto de 24% na dívida líquida da Companhia e da redução de 31,25% na caixa disponível em apenas um trimestre, no balanço semestral do primeiro semestre. A Oi Telecomunicações, espera a aprovação do Projeto de Lei com origem na Câmara dos Deputados, o PLC 79/2016, que cria o novo marco das telecomunicações no Brasil, para dar mais uma sobrevida, após tantas outras tentativas infrutíferas. Vamos lembrar apenas que a Oi Telecomunicações, foi um dos beneficiados pelo BNDES com clara intenção de criar "os campeões nacionais" pelo governo à época.
Os maiores perdedores serão, em caso de insolvência e ou liquidação da operadora, com o controle nas mãos dos "fundos abutres", invariavelmente, serão o banco de fomento, BNDES, e os mais de 150 mil trabalhadores, diretos e indiretos da Companhia. Resta saber se, mais uma vez, o governo federal vai socorrer uma empresa privada, como sempre fez, ou se o ministro da Economia Paulo Guedes, vai deixar que o próprio "mercado" encontrar a solução, dentro da Legislação em vigor. A interferência ou não do Palácio do Planalto para resolver o caso "Oi", sinalizará para que lado vai caminhar a política econômica do ministro Guedes: liberal ou intervencionista.
A Oi Telecomunicações entrou em "colapso".
Ossami Sakamori
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